A estudante de Direito Nathalí Macedo assume que consome pornografia, porém diz que não gosta de assistir aos filmes convencionais, produzidos para o público masculino |
A pornografia sempre foi muito mais presente no universo masculino do que no feminino. A maioria dos conteúdos é voltada para o olhar e o desejo dos homens. Mas depois de décadas de domínio machista esse cenário está mudando. O interesse das mulheres por pornografia vem crescendo e a prova disso é que já existem até cineastas produzindo filmes feitos especialmente para excitar o público feminino.
Esse movimento que coloca a mulher no foco do prazer está sendo chamado de "feminist porn" (pornô feminista, em tradução literal). Nesse tipo de produção cinematográfica, o sexo também é explícito, porém outros aspectos são mais valorizados, como a história, o cenário e a iluminação. As atrizes costumam ter corpos mais imperfeitos e realísticos, com menos silicone e mais celulite, o que também ajuda a gerar maior identificação entre as mulheres.
Segundo a ginecologista e sexóloga Carolina Ambrogini, coordenadora do Ambulatório de Sexualidade Feminina Escola Paulista de Medicina (da Unifesp), a pornografia masculina é basicamente genital, ou seja, centrada nos closes e nas cenas sexuais, o que, em geral, não agrada às mulheres. "Elas gostam de uma pornografia mais elaborada, com enredo".
Carolina indica com frequência o consumo de pornografia, inclusive os pornôs feitos para mulheres, para suas pacientes com disfunções sexuais. "Acho legal, por exemplo, o casal assinar um canal erótico para assistir junto. É muito positivo porque é algo que faz pensar em sexo, aumenta a excitação. Também recomendo muito os contos eróticos".
Fonte: uol